segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Características - Romantismo versus Realismo



  • Igor Matheus:
Realismo: Materialismo do amor; a mulher é apenas um objeto de prazer; adultério.
Romantismo: Idealização da mulher. A mulher era uma musa; amada e desejada, mas não tocada.

  • Karina Santos
Realismo: Veracidade.
Romantismo: Idealiza o que sente.

  • Patrícia Marques
Realismo: Olha o futuro e tem fé na ciência e no progresso.
Romantismo: Recorda o passado e, de preferência, a Idade Média.

  • Andreza Lopes
Realismo: Gosto pela paisagem colorida e pelo minucioso e exato.
Romantismo: Gosto pela paisagem macabra e horrenda e pelo descritivo idealizado "locus horrendus".

  • Paulo Bruno:
Realismo: Narração lenta e breve.
Romantismo: Narração intensa.
  • Isamara Aline
Realismo: Predomínio da Razão.
Romantismo: Predomínio da Emoção.

  • Andressa Clemente
Realismo: Narração em 1ª pessoa.
Romantismo: Narração em 3ª pessoa.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Poema Semanal


A uma taça feita de um crânio humano

Castro Alves


Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás — pobre caveira fria —
Único crânio que, ao invés dos vivos,

Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! empina-me!... que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.

Mais val guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
—Taça — levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto do reptil.

Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro
... Podeis de vinho o encher!

Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.
E por que não? Se no correr da vida

Tanto mal, tanta dor ai repousa?
É bom fugindo à podridão do lado
Servir na morte enfim p'ra alguma coisa!...

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Ultra-Romantismo



Para que possamos falar do Ultra-Romantismo, precisamos primeiro entender seu estilo maior, o Romantismo. A principal característica do Romantismo em seus três períodos é o sentimentalismo; a supervalorização das emoções pessoais: nesse estilo é o interior humano que conta, o subjetivismo. À medida que a busca dos valores pessoais se intensifica (como o culto do individualismo), perde-se a consciência do coletivo social.


A excessiva valorização do "eu" gera o egocentrismo: o ego como centro do universo. Evidentemente, surge aí um choque entre a realidade objetiva e o mundo interior do poeta.

Seguem-se constantes e múltiplas fugas da realidade: o álcool, o ópio, os prostíbulos, a saudade da infância, as constantes idealizações da sociedade, do amor, da mulher. O romântico foge no tempo e no espaço. No entanto, essas fugas têm ida e volta, exceção feita à maior de todas as fugas românticas: a morte.

Houve uma sensível mudança no comportamento dos autores românticos: há algumas semelhanças entre os autores de um mesmo período, mas a comparação entre os primeiros e os últimos representantes, revela profundas diferenças. No Brasil, por exemplo, há uma distância considerável entre a poesia de Gonçalves Dias (primeira geração - Indianista ou Nacionalista), de Álvares de Azevedo (segunda geração - Ultra-Romantismo) e de Castro Alves (terceira geração - Condoreira). Por isso há a necessidade de se dividir o Romantismo em gerações.


A Segunda Geração da Poesia Romântica


"No Brasil, ultra-românticos foram os poetas-estudantes, quase todos falecidos na segunda adolescência, membros de rodas boêmias, dilacerados entre um erotis

mo lânguido e o sarcasmo obsceno. Os que dobraram a casa dos vinte e cinco acumularam os fracassos profissionais e os rasgos de instabilidade, confirmando a índole desajustada desses 'poetas da dúvida', a que faltam por completo a afirmatividade dos românticos indianistas e a combatividade dos condoreiros."

(José Guilherme Merquior)

Esta segunda geração da poesia romântica brasileira é marcada pela falência dos ideais nacionalistas utópicos dos nossos primeiros românticos. A oclusão do sujeito em si próprio é detectável por um fenômeno bem conhecido: o devaneio, o erotismo d

ifuso e obsessivo, a melancolia, o tédio, o namoro com a imagem da morte na figura feminina, a depressão, a auto-ironia masoquista: desfigurações de um desejo de viver que não almejou sair do labirinto onde se aliena o jovem crescido e em fase de estagnação.


Enquanto o homem busca um espaço social, muitas vezes iludido quanto às possibilidades concretas de atingi-lo, o ultra-romântico afasta-se; opta pela fantasia ao invés da realidade, entrega-se aos seus próprios fantasmas, oculta-se do mundo passando a ser ele mesmo o seu mundo.

Assim o poeta sente-se liberto dos condicionamentos e feridas ao tentar adaptar-se. Entretanto, esta atitude o escraviza quando levado ao extremo: negar a vida conduz ao delírio da morte, ao excessivo egocentrismo, à nostalgia de um passado medieval, desta vez idealizado, mais nobre, menos embrutecedor.

Segue-se as ilusões deste passado, o seu culto, do qual resultam mais demônios do que anjos. O poeta consumido por suas próprias idéias, torna-se "fantasma" ao invés de "eleito", transforma-se em "suicida vitimado" pela necessidade de uma vida melhor, uma vida maior, que, no entanto, não consegue conquistar.


O chamado "mal-do-século" foi difundido no Ultra-Romantismo. Cultiva do na Universidade do Largo São Francisco, retrata reuniões regadas a vinho e éter geralmente em repúblicas e cemitérios.


Influenciado pelas obras de Lord Byron, Álvares de Azevedo foi o maior representante da Segunda Geração Romântica. Sua prosa apresenta o noturno, o aventuresco, o macabro, o satânico, o incestuoso, os elementos do romantismo maldito. Abrangem o amor e a morte sob uma perspectiva exacerbadamente egocêntrica.


Ao lado de Álvares de Azevedo, três outros autores destacam-se na segunda geração da poesia romântica brasileira: Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. As obras literárias de cada poeta e de seus períodos respectivos, apresentam entre si uma característica comum: o medo de amar. Esse temor é, em essência, o medo de macular a virgem, de entregar-se ao prazer carnal e, assim, destruir o próprio amor que, na visão deles, passa a ser sinônimo de impureza e pecado.


Características gerais do Ultra-Romantismo

  • liberdade criadora (o conteúdo é mais importante que a forma; são comuns deslizes gramaticais);
  • versificação livre;
  • dúvida, dualismo;
  • tédio constante, morbidez, sofrimento, pessimismo, negativismo, satanismo, masoquismo, cinismo, autodestruição;
  • fuga da realidade para o mundo dos sonhos, da fantasia e da imaginação (escapismo, evasão);
  • desilusão adolescente;
  • idealização do amor e da mulher;
  • subjetivismo, egocentrismo;
  • saudosismo (saudade da infância e do passado);
  • gosto pelo noturno;
  • consciência de solidão;
  • a morte: fuga total e definitiva da vida, solução para os sofrimentos;
  • sarcasmo, ironia.
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